- Jessica Almeida
- 02 de janeiro de 2024, às 16:55
A Reforma Tributária, representada pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/2019, delineia um novo horizonte fiscal no Brasil, particularmente relevante para as pequenas e médias empresas (PMEs). Com sua aprovação no Senado e expectativa de discussão na Câmara, a potencial transformação no cenário fiscal exige uma compreensão detalhada e preparo por parte dessas empresas.
A proposta almeja a substituição de cinco tributos - IPI, PIS, Cofins, ICMS e ISS - por dois novos impostos, o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e a CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços). Essa mudança estrutural tem como intuito principal unificar a tributação sobre o consumo, redistribuindo a competência tributária entre os diferentes entes federativos.
Dentro do projeto, destaca-se um alívio fiscal significativo para determinados setores. Por exemplo, o setor de eventos vislumbra uma redução de até 40% na alíquota tributária. Além disso, a reforma propõe um regime tributário favorecido para a micro e minigeração de energia, promovendo estímulos ao uso de fontes de energia sustentáveis.
Uma das premissas fundamentais da reforma é estabelecer alíquotas específicas por unidade de medida para combustíveis e lubrificantes. Essa abordagem busca garantir maior precisão e uniformidade na tributação desses itens, reduzindo possíveis discrepâncias entre diferentes regiões do país.
Um dos aspectos mais notáveis é a introdução de um imposto seletivo extra-fiscal, aplicado a itens considerados prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente. Nesse contexto, produtos como armas, munições e recursos naturais não renováveis podem enfrentar uma alíquota máxima de 1%. Em contrapartida, produtos essenciais, como alimentos e medicamentos, estão previstos para serem isentos de tributação, aliviando o custo de vida da população e reduzindo a carga operacional das empresas.
Com a implementação das Cestas Básicas Nacionais e Estendidas, a reforma visa proporcionar alíquotas favoráveis e até cashback para as famílias de baixa renda. Além disso, setores considerados vitais, como educação, saúde e transporte público, receberiam faixas de tributação especiais, com alíquotas reduzidas de 40% a 70%, ressaltando a importância desses serviços para o bem-estar da sociedade.
Setores como saneamento e transporte de passageiros teriam regimes especiais aplicados, demandando regulamentações complementares detalhadas. A manutenção do Simples Nacional e da Zona Franca de Manaus é um ponto de segurança para os negócios que se beneficiam desses regimes, garantindo certa continuidade e estabilidade.
Proprietários e gestores de PMEs enfrentam o desafio de se adaptar a essa onda de transformações fiscais. Acompanhar de perto as etapas legislativas, buscar aconselhamento especializado em tributação e adaptar processos financeiros e operacionais são medidas cruciais para navegar com sucesso no novo panorama tributário. A atenção e a prontidão para ajustar estratégias comerciais à medida que a reforma se desdobra serão determinantes para o sucesso e a sustentabilidade dessas empresas em um cenário tributário em constante evolução.